Alagoas com praias com água morna, areia fina e branquinha, um tom azul esverdeado sem igual e viciados em crack definhando com a fumaça da pedra derretida, tragada na lata de alumínio. A paisagem onírica de cartão-postal de Maceió mudou e da praia do fracês. Dos Sete Coqueiros ao fim da Pajuçara, há um traficante de “noia” (apelido dado ao crack) a cada 200 metros . Num dos pontos mais críticos da orla, a Gazeta flagrou dez vendas da droga em cerca de dez minutos, enquanto um casal de turistas tirava fotos em frente ao Memorial Teotônio Vilela, a poucos metros e alheios ao comércio veloz.
Donos de pousadas e hotéis alertam que o avanço do crack na orla ameaça o turismo. Está em toda parte: no Posto 7, no Corredor Vera Arruda, no calçadão da Jatiúca, em frente aos hotéis de luxo da Ponta Verde, no Alagoinha, no espaço onde crianças brincam com os pais em bicicletas, pedalinhos e pula-pulas aos domingos, na área comum de prédios residenciais, em flats com apartamentos para temporada ou diante dos hotéis cinco estrelas recém-inaugurados na Pajuçara.
Mas estas não valem nada. Moedas e papéis são trocados por crack. Em pouco instante, o dinheiro vira pedra. A pedra vira fumaça. A fumaça vira delírio. O delírio vira paranoia, e instigação para guardar mais carros, conseguir mais gorjetas. Mais esmolas do povo rico, para comprar mais crack. “Já vou conseguir a sexta pedra”, revela o flanelinha José Marcos dos Santos, 26 anos, sem nenhum constrangimento. “Todo mundo aqui sabe que eu fumo mesmo”. ( Foto e texto da Capa da extraído da Gazeta de Alagoas ).
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